29.3.21

DOMINGO É DIA DE FESTA

Desta vez sem multidões, mas, espera-se, com bastante espectáculo. A Volta a Flandres 2021 teve já como aperitivos o E3 (ganho categoricamente por Kasper Asgreen) e o Gent-Wevelgem (com a vitória a sorrir a Wout Van Aert), e avança no próximo Domingo - Domingo de Páscoa.
Resposta no Domingo à tarde. 
No ano passado ganhou Mathieu Van der Poel. E agora? Será que o holandês, neto de Poulidor, vai fazer o "Bis"? Será que vamos assistir à vingança de Van Aert? Ou triunfará uma terceira via, como por exemplo Julian Alaphilippe ou outro? 

INEOS, DOIS, TRÊS

Domínio em toda a linha da Ineos, que parece ter feito ponto de honra arrasar a concorrência na Volta à Catalunha 2021. Adam Yates venceu com justiça, após isolar-se na etapa rainha, enquanto os seus colegas Geraint Thomas e Richie Porte completaram o pódio.
O traçado da corrida não foi muito feliz, deixando tudo decidido a três dias do fim. Uma situação a rever pela organização.
João Almeida terminou no 7º lugar, a apenas dois segundos da 4ª posição. Entre ele e o pódio, ficaram Valverde, Kelderman e o renascido Chaves. Mais um top-10 para o ciclista luso - que, recordemos, já havia ficado em 3º nos Emirados e em 6º no Tirreno-Adriático.

22.3.21

A SEMANA CATALÃ

ETAPAS

EQUIPAS

VENCEDORES

 

A AFIRMAÇÃO DE STUYVEN

Jasper Stuyven, que venceu a Volta ao Alentejo em 2013, há tempo ameaçava conquistar uma grande "Clássica". Acabou por acontecer neste Milano-San Remo, e quando a concorrência parecia  demasiado forte para tal, com as apostas a centrarem-se em Van der Poel, Van Aert ou Alaphilippe.
San Remo é pródigo em surpresas, mas a vitória de Stuyven não terá sido, em rigor, muito surpreendente. Antes, sim, a afirmação de um ciclista talentoso e poderoso. E foi obtida com uma excelente leitura de corrida, atacando num momento em que o grupo de favoritos apresentava grandes indecisões e hesitações - talvez por alguns deles se encontrarem sem qualquer protecção de colegas de equipa.
Alaphilippe foi a surpresa pela negativa, acabando numa posição bastante distante do pódio. E se esperanças ainda havia para Gilbert completar o grand-slam, elas ter-se-ão dissipado nesta edição, quando o veterano belga nem sequer conseguiu entrar no top 50. Destaque positivo para Peter Sagan, que depois de recuperado da Covid 19 ainda se imiscuiu na luta pela vitória, terminando em quarto lugar. Os lugares do pódio foram preenchidos por Caleb Ewan e Van Aert. Van der Poel terminou em quinto.

18.3.21

SAN REMO - o primeiro monumento do ano


FAVORITOS: Van der Poel, Van Aert e Alaphilippe
OUTRAS POSSIBILIDADES: Bennett, Ewan e, quem sabe,...Gilbert

ESTATÍSTICAS:

 

17.3.21

SEM PIEDADE

Numa das melhores edições do Tirreno-Adriático de que me recordo, Tadej Pogacar voltou a mostrar a sua força, triunfando sem margem para dúvida na classificação geral, e ainda na montanha e na juventude, para além da vitória obtida na etapa rainha.
O jovem esloveno nunca permitiu que a sua superioridade fosse questionada, embora Wout Van Aert tenha estado à altura do desafio, alcançando um brilhante segundo lugar, com duas etapas na conta. Van Aert surpreendeu, não só pela consistência demonstrada nas etapas mais duras, como pelo brilhante triunfo no contra-relógio final, mostrando que é um verdadeiro todo-o-terreno.
De destacar ainda a prestação do seu arqui-rival Mathieu Van der Poel, com duas magníficas vitórias em etapas, na segunda delas resistindo estoicamente à investida do grande campeão esloveno, naquela que foi, até agora, a melhor jornada de ciclismo da temporada.
João Almeida esteve muito bem, terminando no sexto lugar. Ficou à beira de uma conquista de etapa, que então lhe foi retirada pelo colega de equipa Julian Alaphilippe. E embora na etapa rainha perdesse tempo, por pouco não entrava no top-cinco final após um excelente contra-relógio. Depois do segundo lugar nos Emiratos, o jovem português continua a pontuar nos rankings e a afirmar-se, pelo menos, como um outsider em qualquer corrida por etapas.

REVIRAVOLTA...OUTRA VEZ

Em desporto não há resultados injustos. Mas à pergunta sobre qual foi o ciclista que merecia ter ganho o Paris-Nice, só poderemos responder de uma forma: Primoz Roglic.
O esloveno dominou em toda a linha, venceu três etapas, e à entrada do último dia parecia ter a corrida no bolso. Porém, a maldição francesa fez-se sentir uma vez mais, e o ciclista da Jumbo-Visma, com duas quedas na derradeira etapa, atrasou-se e comprometeu irremediavelmente o triunfo final. Acabou inclusivamente fora do top-dez, pese embora o enorme esforço de recuperação que, em vão, tentou fazer até final.
Na véspera ganhara de forma controversa ao bater in-extremis o jovem Gino Mader, da EF, quando não precisava da etapa. Após as quedas viu o reverso da medalha: praticamente ninguém no pelotão se preocupou em ajudá-lo, ou muito menos esperar por ele. Por mim, tudo certo: ganham os mais fortes ou os que têm mais sorte, e ajudas em alta competição não fazem qualquer sentido.
Maximilan Schachmann herdou a camisola amarela. Já em 2020 havia vencido em circunstâncias específicas (então com a interrupção da prova antes do fim devido à Covid 19), e agora repetiu o triunfo. Sem culpa nenhuma o alemão teve o mérito de se posicionar de forma a acolher algum infortúnio alheio. Foi o que aconteceu, e assim somou mais um Paris-Nice ao seu palmarés.
Camisola amarela à parte, destaque para as duas etapas ganhas por Sam Bennett - provavelmente o melhor sprinter da actualidade - e para a surpreendente vitória do jovem suíço Stefan Bissegger no contra-relógio do terceiro dia.

9.3.21

OS AUSENTES

Numa semana recheada de ciclismo do mais alto nível, com Nice e Tirreno ao mesmo tempo, é curta a lista de individualidades ausentes de ambas as corridas. Dos nomes mais destacados do pelotão World Tour, apenas os seguintes não estarão, nem em França, nem em Itália:
 

EIS O TIRRENO-ADRIÁTICO

Lamentavelmente em simultâneo com o Paris-Nice (até quando?), a Tirreno leva este ano grande vantagem na lista de inscritos. Pogacar, Alaphilippe, Landa, Van Aert, Van der Poel, Fuglsang, Quintana, Bardet e Pinot, entre outros, estarão nas estradas italianas para o que se espera ser uma grande corrida. Teremos igualmente o nosso João Almeida, que tem desde já oportunidade para confirmar as boas indicações dadas nos Emiratos, e partir para uma temporada em grande.

AS ETAPAS

AS EQUIPAS

OS VENCEDORES
 

EIS O PARIS-NICE


Quem costuma aparecer por aqui sabe que o Paris Nice é uma das provas favoritas cá da casa. Trata-se da primeira grande corrida por etapas (embora este ano o UAE Tour tenha sido excelente, com grande prestação de João Almeida), disputada em estradas gaulesas, com um cheirinho a Tour, e numa fase precoce da temporada, quando as saudades de ciclismo ainda não estão devidamente satisfeitas.
Este ano, embora a lista de participantes fique um tanto a dever ao irmão italiano Tirreno-Adriático, o Paris-Nice não deixa porém de ser apetitoso. Roglic é o grande favorito, mas não descartemos uma surpresa como Gaudu ou Vlasov, por exemplo. A estrada dirá, esperemos que até ao último dia, algo que na época passada a Covid não permitiu.
AS ETAPAS

AS EQUIPAS

OS VENCEDORES

 

TUDO VANDERPOEL

A primeira grande clássica do ano sorriu a Mathieu Van der Poel. Mesmo perante um pelotão de luxo (Alaphilippe, Van Aert, Pogacar, Bernal etc), o holandês não deu hipóteses à concorrência, levando a melhor na subida para a Piazza del Campo. Ficou demonstrado que neste momento é o mais forte neste tipo de corrida, prometendo grandes feitos para a temporada primaveril.
Bernal surpreendeu, alcançando um brilhante e inesperado 3º lugar, atrás de Van der Poel e de Alaphilippe, enquanto Wout Van Aert foi talvez a maior desilusão, não conseguindo ombrear com o seu grande rival na chegada a Siena.

PONTO DE SITUAÇÃO


 

GRANDES VOLTAS 2021