26.4.16

LIEGE - mais uma supresa

Os "Monumentos" da temporada 2016 estão a ser definitivamente marcados por triunfos surpreendentes, de homens pelos quais as casas de apostas pagariam certamente bom dinheiro. Demare em San Remo, Hayman em Roubaix, e agora Poels em Liege. Só na Flandres se pode dizer que um dos favoritos venceu (Sagan). Esta foi, de resto, a primeira vitória da Sky num "Monumento" - borrego que tardava a ser morto.
A corrida de Liege fica também marcada pela excelente prestação de Rui Costa, que alcançou o pódio, e chegou a dar a sensação de poder arrecadar a vitória. Depois do 4º lugar de 2015, o poveiro alcança agora o 3º, demonstrando que tem tudo para acalentar a esperança num futuro triunfo na mais antiga das Clássicas.
O 2º lugar ficou para o australiano Simon Gerrans.
Não sendo o fim da temporada no que respeita às Clássicas (Hamburgo, San Sebastian, etc), nem mesmo aos "Monumentos" (Lombardia), pode dizer-se que agora as atenções começam a virar-se para as grandes voltas - nomeadamente para o Giro, que começa já no próximo dia 6. 

21.4.16

LIEGE - Inscritos



Favoritos? Valverde, Kwiatkowski, Gerrans, Rodriguez, Martin, Alaphilippe, Gasparotto, Kreuziger, Nibali, Rui Costa...
Aposta? Valverde

VALVERDE? HUY!

Terceira vitória consecutiva para o murciano na Fleche Wallone. Etixx preencheu o resto do pódio, com Alaphilippe (uma vez mais em grande) e Daniel Martin.
No domingo disputa-se a Liege-Bastogne-Liege, com a qual a temporada de "Clássicas" de primavera encerra. 

18.4.16

QUEM VENCERÁ NO HUY?


EQUIPAS
RECORDAR 2015

NOVA SURPRESA

A temporada das "Clássicas" está a ser marcada por grandes surpresas. Após a semi-surpresa Demare em San Remo, e a vitória normal de Sagan na Flandres, os triunfos de Hayman em Roubaix, e agora Gasparotto na Amstel, não estariam nas previsões de muita gente.
Apesar de aqui se ter mencionado o nome do italiano no texto de antevisão, havia outros candidatos muito melhor colocados para vencer. Mas o desporto é assim mesmo, e estas corridas de um só dia trazem consigo, para o bem e para o mal, o condão da imprevisibilidade.
Ao contrário de Roubaix, a Amstel não foi uma grande corrida. Marcada pela chuva na fase inicial, só nos últimos quilómetros o grupo da frente despertou da letargia com que foi percorrendo os belos campos holandeses. Gasparotto saiu com Valgren, chegaram os dois isolados, e a sua maior experiência ditou o resultado final.
Na quarta-feira seguem-se as ardenas com a Fleche Valonne.

15.4.16

AMSTEL GOLD RACE


Começa este domingo o tradicional tríptico de Clássicas constituído pela Amstel Gold Race, pela Fleche Valonne, e pela Liége-Bastogne-Liége, caracterizado por pisos de asfalto, e subidas quanto baste. As paisagens maravilhosas são comuns a outras provas ciclistas, pelo que será redundante mencioná-las.
A primeira a correr-se é a Amstel Gold Race. Trata-se também da mais jovem das três, pois nasceu apenas em 1966. O território é holandês, e as principais dificuldades centram-se no Valkenburg - bem conhecido do universo do ciclismo.
O leque de favoritos conta com nomes como Kwiatkowski (vencedor de 2015), Gilbert, Rodriguez entre outros. E não seria despiciendo englobar neste lote o "nosso" Rui Costa, particularmente talhado para este tipo de prova.
Poderia incluir também homens como Alaphilippe (jovem revelado nestas corridas na temporada passada), Gasparotto (vencedor de 2012, e recente segundo classificado na Brabantse), Kreuziger (vencedor de 2013), Matthews, Gallopin ou Lutsenko. Nenhum destes corredores me surpreenderia muito, caso alcançasse a vitória.
A transmissão televisiva começa às 14.00h. A não perder.

 PERCURSO

EQUIPAS

PALMARÉS
 Jan Raas, cinco vezes vencedor


RECORDAR 2015

11.4.16

SURPRESA!

Ninguém apostaria um pau de fósforo queimado num australiano de 37 anos, que não me recordo de ver vencer qualquer corrida em toda a carreira. O que é certo é que Mathew Hayman arrecadou a edição de 2016 da mítica Paris-Roubaix, batendo ao sprint a autêntica lenda viva da prova, Tom Boonen.
A própria presença de Tom Boonen na discussão da vitória foi, também ela, de algum modo surpreendente, face aos resultados mais recentes do belga. Mas com uma táctica quase perfeita, e com a sabedoria de um grande campeão, Boonen foi colocando a corrida a seu jeito. Só não previu que Hayman, resistente de uma das primeiras fugas do dia, tivesse ainda fôlego para o suplantar na chegada ao velodromo.
Cancellara despediu-se de forma infeliz, e após uma queda ficou praticamente afastado de lutar pelos primeiros lugares. Sagan também não esteve bem, deixando-se ficar para trás num momento decisivo. Quem acabaria por animar bastante a fase final da prova foi Sep Vanmarcke, que, todavia, não colheu quaisquer louros, ficando fora do pódio. O terceiro lugar foi para Ian Stannard (e a Sky continua sem vencer um "Monumento").
Seguem-se as Ardenas, com Brabantse nesta quarta-feira, Amstel no domingo, Fleche na quarta-feira seguinte, e Liége no domingo seguinte. Aí, a história será certamente diferente, com outro tipo de perfil de provas, e com outro tipo de ciclistas a discutir a vitória. 

8.4.16

O INFERNO DO NORTE


É já no domingo. A grande "Clássica" francesa, e terceiro "Monumento" da temporada, estará nas estradas do norte, preparada para fazer estragos.
A imprevisibilidade é uma das características desta prova, pois a dureza do percurso faz com que, qualquer descuido, em qualquer momento, possa eliminar um ou mais candidatos.
O Carrefour de l'Arbre (4º sector de pavé a contar do fim, e representado nas fotos) será certamente um dos pontos nevrálgicos do dia. É particularmente duro, e surge numa fase adiantada e decisiva, a partir da qual qualquer recuperação poderá tornar-se inviável.
A ausência mais sentida é a do belga Greg Van Avermat, a recuperar de queda na Flandres. Entre os presentes, escolheria Sagan, Kristoff e Cancellara como os três nomes que mais garantias podem dar aos apostadores. Se bem que Vanmarcke, Hagen, Stannard, Terpstra, Stybar ou mesmo Tony Martin, possam igualmente intrometer-se na discussão da vitória.
Tom Boonen é outro nome forte. Fortíssimo, aliás. Juntamente com Roger de Vlaeminck detém o recorde de triunfos, com quatro. Porém, a má forma evidenciada na "sua" Ronde não indicia que possa vir a erguer os braços no velodromo de Roubaix. Resta-lhe procurar uma despedida digna, condizente com o seu estatuto de grande campeão.
Se conseguirem aguentar-se nos grupos da frente, Cavendish ou Greipel podem surpreender.
A minha aposta? Desta vez voto no campeão do mundo Peter Sagan.
Destaque também para a participação portuguesa, com Nélson Oliveira a lutar por um lugar entre os primeiros (top 10 seria maravilhoso, top 20 seria bom), e Mário Costa (irmão de Rui) a marcar presença pela primeira vez, e sem especiais aspirações que não sejam adquirir experiência neste tipo de corrida.
A Eurosport transmite a prova na íntegra. Domingo, das 9.15h às 16.00h.

PERCURSO




LISTA DE INSCRITOS

12 CANDIDATOS

PALMARÉS

RECORDAR 2015

4.4.16

RONDE - deu(s) Sagan

À Campeão! É assim que se poderá descrever a vitória de Peter Sagan na Volta a Flandres, a qual representou também o primeiro "Monumento" da sua carreira. O campeão do mundo fez uma corrida quase perfeita. Entrou no grupo certo, atacou no momento certo, e geriu os quilómetros finais com sabedoria. Desde cedo Greg Van Avermat ficou fora da prova, devido a uma queda que dizimou toda a equipa da BMC. O besta negra de Sagan, e o ciclista em que eu aqui mesmo tinha apostado, ficava assim eliminado, embora pelos piores motivos.
Constituiu-se então um grupo onde figuravam praticamente todos os candidatos, à excepção de Boonen - que parece, definitivamente, fora destes combates. Desse grupo saltaram Sagan e Kwiatkowski, aos quais se juntou Sep Vanmarcke. Na frente seguiam ainda os fugitivos da fase inicial da corrida, onde se incluía Andre Greipel. Não resistiram à chegada do trio atrás referido, de onde Sagan e Vanmarcke se viriam a destacar.
À medida que o eslovaco caminhava para a vitória, assistia-se também a uma enorme demonstração de qualidade de Fabian Cancellara, que, vindo de trás, ainda apanhou Vanmarcke, e chegou a aprecer poder ameaçar o líder. Mas Sagan não vacilou, manteve o ritmo, manteve as distâncias, e cortou sozinho a meta.
Vanmarcke, em sinal de profundo respeito pela carreira de Cancellara, deixou para as despedidas do suíço um honroso segundo lugar. O belga fechou o pódio. O primeiro pelotão seria comandado por Kristoff.
Para Peter Sagan é a segunda vitória consecutiva, depois da Gent-Wevelgen. Antes já tinha ficado em segundo lugar no E3 Harelbeke.
Na próxima semana haverá mais, com a apetitosa Paris-Roubaix.
Fica um video dos momentos finais da corrida.