29.9.20

O PÃO PELAS ALDEIAS


 

OUTONO QUENTE 2020: O GIRO

 Outono de 2020 sempre a rolar: já de seguida, a partir de sábado, o Giro de Itália.



ETAPAS


EQUIPAS


PALMARÉS

FAVORITOS




28.9.20

A VOLTA POSSÍVEL

Parabéns, e obrigado àqueles que, nestas circunstâncias, a tornaram possível.

ETAPAS


EQUIPAS


VENCEDORES 


TRIUNFO MERECIDO

Numa grande corrida, com intervenientes de luxo, Julian Alaphilippe acabou por atacar no momento certo, e vencer a edição 2020 do Mundial de estrada masculino.
Wout Van Aert repetiu o segundo lugar do contra-relógio (aí atrás do italiano Filippo Ganna), e o jovem Marc Hirschi completou o pódio.
No sector feminino, destaque para Van der Breggen que fez a "dobradinha": Contra-Relógio e Estrada.

 

25.9.20

MUNDIAIS - bolsa de apostas

CONTRA-RELÓGIO:
Rohan Dennis
Geraint Thomas
Tom Dumoulin
Filippo Ganna
Stefan Kung

ESTRADA:
Wout Van Aert
Julian Alaphilippe
Jakob Fuglsang
Vincenzo Nibali
Michal Kwiatkowski

21.9.20

TOUR 2020 - vencedores e vencidos

VENCEDORES

TOUR: Num ano atípico como este, a corrida esteve até para nem se realizar. Acabou por acontecer, com público QB, chegou ao fim, e terá sido mesmo uma das melhores edições deste século. O vírus infelizmente ainda não foi derrotado, mas nas estradas de França quase não se deu por ele, e isso foi reconfortante para todos os adeptos da modalidade.

POGACAR: Com Camisola Amarela, Camisola Branca, Camisola da Montanha e três etapas conquistadas, o jovem esloveno foi o triunfador em toda a linha deste Tour de France. Mais do que vencer, venceu com estilo, e fez lembrar o velho ciclismo que parecia já esquecido no baú das memórias. O contra-relógio do penúltimo dia entra directamente para a galeria dos grandes momentos da história do Tour, e será sempre lembrado por quem teve a sorte de o acompanhar (tal como o célebre Fignon/Lemond de 1989). Promete não ficar por aqui. Juntamente com Contador e Froome, é já um dos mais impressionantes ciclistas das últimas décadas.

BENNETT: Desde os tempos de Sean Kelly e Stephen Roche que um irlandês não se destacava tanto na Volta à França. Sam Bennett destronou Peter Sagan como triunfador nos pontos, e arrecadou duas etapas, mostrando que talvez já devesse ter tido oportunidade de correr o Tour mais cedo. As suas lágrimas aquando da primeira vitória também ficaram como uma das imagens fortes da corrida.

VAN AERT: Mais do que as duas etapas que ganhou, ficou na retina o trabalho extraordinário feito nas montanhas em ajuda de Roglic. Wout Van Aert, já este ano triunfador em San Remo, mostrou ser dos mais completos ciclistas da actualidade.

COL DA LA LOZE: Tirando o contra-relógio final, a etapa terminada em Col de La Loze foi o mais belo momento deste Tour. Uma subida duríssima e espectacular, que tem tudo para se tornar frequente, e marcar a história do Tour para as próximas décadas.

SUNWEB/HIRSCHI/ANDERSEN: A segunda equipa holandesa (para além da todo-poderosa Jumbo-Visma) esteve em grande evidência, vencendo três etapas, revelando uma nova estrela (Marc Hirschi), e mostrando sentido táctico assinalável ao lançar o dinamarquês Soren Andersen para duas vitórias a papel químico. Como se não bastasse, trabalhou intensamente em algumas jornadas planas para o seu sprinter Cees Bol - o qual não soube todavia aproveitar o esforço dos colegas.

PORTE: Aos 35 anos, Richie Porte conseguiu enfim o seu primeiro pódio numa grande volta, e logo em Paris. Não fora o tempo perdido nos primeiros dias, e até talvez pudesse ter ido um pouco mais além, designadamente até à discussão pelo primeiro lugar. Fica no entanto um excelente registo, que devolveu o ciclismo australiano aos holofotes do mundo.


VENCIDOS

ROGLIC: Só figura entre os vencidos pela forma dramática como perdeu o Tour. De resto Primoz Roglic foi um campeão, quer ao longo dos vários dias em que vestiu de amarelo, quer também no momento da derrota - que não foi, de modo algum, indigna. Roglic fez quase tudo bem, e não teve culpa de lhe aparecer um super-homem pela frente, quando já seguia triunfal rumo a Paris. Também não tem razões de queixa da sua equipa, que fez um trabalho fantástico. Mas naquele contra-relógio já nada mais havia a fazer. Contra a força não houve argumentos...

INEOS/BERNAL: Apontada como uma das grandes favoritas, a Ineos começou a perder o Tour no momento em que escalou a sua start-list. Não parece que as ausências de Froome (de malas aviadas para outras paragens) e Thomas tenham sido bem digeridas no seio do grupo. E se a aposta all-in em Egan Bernal se revelou fracassada, o prematuro sacrifício de Carapaz revelou-se suicida. Esperava-se mais do jovem colombiano detentor do título, mas quem vira a Sky de há uns anos atrás não pôde deixar de notar uma diferença substancial nesta Ineos - recorde-se, já sem o seu DS Nicolas Portal, recentemente falecido. A etapa nº 18 salvou a honra, com a "dobradinha" Kwiatkowski/Carapaz. Pouco, para aquilo que se esperava.

FRANCESES: À excepção de Alaphilippe nos primeiros dias, quase não se deu pelos homens da casa. As seis equipas gaulesas praticamente passaram ao lado da prova (apenas uma vitória, por Nans Peters para a AG2R), e tanto Pinot, como Bardet, como o promissor Guillaume Martin, deixaram a desejar. E no caso dos primeiros, muito.
A última Volta a França ganha pelos franceses data dos tempos de Bernard Hinault. E nos próximos anos não parece haver forma de contrariar esta tendência, depois de algumas edições em que, sobretudo Bardet e Pinot, andaram a cheirar os primeiros lugares, e pareciam capazes de um dia ser felizes. 

COLOMBIANOS: Tinham um dos dois grandes favoritos à partida (Egan Bernal). Tinham mais de meia dezena de homens capazes de disputar o pódio. Apontava-se para a última oportunidade de Quintana - finalmente numa equipa feita à sua medida.
Os colombianos conquistaram duas etapas (Martinez e Lopez), mas acabaram por não ter ninguém no Top 5 da geral final, o que não pode deixar de saber a fracasso. Chegaram a ter 3º, 4º, 5º e 6º. Mas o contra-relógio foi-lhes fatal.

SAGAN: Olhando para as últimas prestações do eslovaco, fica a sensação de fim de ciclo. Aos 30 anos é cedo para desaparecer, mas a verdade é que aquele Peter Sagan alegre, triunfante, quase provocador, já não se vê. Tenta, mas não consegue. Por vezes parece nem tentar. Nem uma vitória para amostra, e perda da Camisola Verde, são as notas de um Tour para esquecer.

NTT/CCC/ISRAEL: Eis um trio de equipas que passaram totalmente anónimas por esta edição do Tour. Com nomes como Van Avermat, Zakarin, Trentin, Nizzolo, Hagen, Pozzovivo, Kreuziger, Dan Martin ou Greipel era de esperar bastante mais. Nenhuma etapa, nenhuma camisola, nenhuma discussão de coisa alguma. Fracasso total.

UM TOUR PARA A HISTÓRIA

Ninguém diria 48 horas antes que Primoz Roglic, dominador durante dias a fio, com aquela que foi, sem dúvida, a melhor equipa da prova, e perante o contra-relógio final - que, à partida, seria a sua maior especialidade - deixaria escapar a oportunidade, quem sabe de uma vida, de subir ao mais alto degrau do pódio dos Campos Elísios.
O desporto tem destas coisas, e a verdade é que um jovem de apenas 21 anos decidiu fazer história, triunfando de forma retumbante, dizimando a concorrência em La Planche des Belles Filles, e levando uma vitória que surpreendeu apenas pela forma como foi obtida, ou não tivesse Pogacar já demonstrado toda a sua valia na edição passada da Volta à Espanha.
Não foi Roglic que perdeu. Foi Pogacar que ganhou. Que arrasou.
De resto, há que dizer que há muito não se via um Tour com tanta qualidade, sobretudo a partir do final da primeira semana. Etapas bonitas, ataques, heróis, e reviravolta inesperada. Foi talvez o melhor Tour da última década, e logo num ano em que a sua própria realização chegou a estar em causa.
Foi uma vitória do ciclismo e do desporto. Viva o Tour!

ÉPICO!

Foi o contra-relógio do século!
Aqui mesmo tínha escrito que, em condições normais, dificilmente este Tour escaparia a Roglic. Acontece que Pogacar não é normal. Não é deste mundo!
Não foi Roglic que falhou (até fez o quinto tempo). Foi um super-Pogacar que arrasou tudo e todos, realizando uma das performances mais impressionantes a que alguma vez assisti no ciclismo.
Desde 1989 que não se via nada assim. E tenho para mim que, juntamente com Contador e Froome, Pogacar será em breve um dos três nomes grandes do século.

18.9.20

ROGLIC VOA PARA PARIS

Já não há grandes dúvidas quanto ao vencedor do Tour 2020: a menos que aconteça algum imprevisto (queda, doença, etc), Primoz Roglic vai inscrever o seu nome na lista dos campeões da Volta à França.
Resta o contra-relógio, mas não se prevê que o pódio venha a sofrer grandes alterações.
Será uma vitória justa, normal e expectável, sobretudo desde que se percebeu que Egan Bernal e a Ineos não seriam desta vez ameaça forte. Apenas Tadej Pogacar mostrou argumentos para discutir o triunfo, mas o 1,21 perdidos na etapa do vento, dos quais ainda assim recuperou 0,24, foram preço demasiado alto para o jovem esloveno poder atormentar o seu compatriota mais velho.

 

7.9.20

ENFIM, ESPECTÁCULO!

Quando se temia que o Tour caminhasse inexoravelmente para (mais) uma edição acinzentada, as três últimas etapas da primeira semana trouxeram belíssimos momentos de Ciclismo, e resgataram a paixão dos adeptos por esta fabulosa modalidade, e por esta competição em particular.
A 7ª etapa, para Lavaur, trouxe-nos um inesperado golpe de vento, que partiu o pelotão e deixou um número considerável de ciclistas para trás. No dia seguinte, já nos Pirenéus, um surpreendente Nans Peters triunfou na meta, enquanto um pouco mais atrás Tadej Pogacar dava espectáculo na tentativa de recuperar algum do tempo perdido na véspera. E no Domingo, em nova ronda pirenaica, mais uma vez o jovem esloveno se encarregou de abrir hostilidades, conseguindo uma brilhante vitória na etapa, e mais alguns segundos recuperados, no dia em que o seu compatriota Primoz Roglic vestia a camisola amarela, herdando-a de um Adam Yates sem fólego, nem pernas.
Para as próximas semanas a expectativa está em alta, sendo que se Roglic, Pogacar e Bernal se apresentam agora como o trio mais forte da prova, e ao passo que Quintana, Bardet, o surpreendente Guillaume Martin, Uran, Lopez e Landa forma uma retaguarda de peso, nomes como Carapaz, Dumoulin, Buchmann, Alaphilippe, Valverde, Dan Martin, Chaves, e, sobretudo, Pinot, ficaram já fora das contas para vestir de amarelo em Paris. 

3.9.20

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Num ano em que se temeu que nem houvesse Tour - e ainda se teme que este não chegue ao fim -, o facto de termos corrida diariamente já é de salientar, e digno de confortar os fãs.
Apesar disso, não podemos deixar de dizer que, mais uma vez, a ronda francesa se está a revelar insípida, demasiado táctica, pouco atacada, e muito longe da qualidade das edições que nos fizeram apaixonar pela prova.
Nas primeiras etapas, a Jumbo Visma parece a equipa mais forte e capaz de colocar ponto final ao reinado da Sky/Ineos - sendo que Egan Bernal ainda se mantém expectante, aguardando pelo seu momento, ao passo que Primoz Roglic (porventura seu principal rival) já se mostrou a alto nível.
Alaphilippe ameaçava tornar-se novamente a figura mais animada do Tour, mas um erro que violou os regulamentos de alimentação custou-lhe vinte segundos, e o adeus (quem sabe, definitivo) à camisola amarela desta edição. Adam Yates para já está na frente, mas dificilmente resistirá ao fim-de-semana, quando (espera-se) Jumbo e Ineos partam para o assalto à liderança.