30.7.18

UM VENCEDOR JUSTO NUM TOUR SEM CHAMA

Caiu o pano sobre mais uma edição do Tour, a qual consagrou um vencedor inédito, mas justo.
Não foi um grande Tour. Terá sido dos mais insípidos da última década, com um traçado infeliz, e equipas pouco imaginativas e pouco acutilantes.
Geraint Thomas foi o mais regular numa prova em que as grandes figuras não mostraram estar ao melhor nível. Froome e Dumoulin sentiram o Giro nas suas pernas, Bardet e Quintana apareceram sem ritmo, Nibali, Uran e Porte, em resultado de quedas, cedo ficaram fora da corrida.
Na incerteza sobre a participação de Froome, a Sky preparou convenientemente o galês para o caso de ter de tomar as rédeas da equipa em França. Com Froome em prova, durante algum tempo pensou-se que, mais tarde ou mais cedo o tetra-vencedor iria assumir a liderança da equipa e da corrida. Mas percebeu-se, sobretudo nas etapas dos Pirenéus, que Froome não recuperara totalmente o fôlego depois da vitória épica em Itália. Além de que, Geraint Thomas, como excelente contra-relogista, estaria sempre em boa posição para suportar o assalto final das oposições - leia-se, Dumoulin.
O resultado mostra que a aposta da Sky acertou em cheio. Caso tivesse gastado a bala Thomas, a equipa britânica ficaria à mercê de um Dumoulin cansado mas bastante resistente. 
Geraint Thomas deixa assim, aos 32 anos, o seu nome inscrito na história da prova gaulesa. Com todo o mérito, acrescente-se.
Sinal mais também para Primoz Roglic, que não fora um contra-relógio final um tanto decepcionante e poderia ter chegado a uma fantástica segunda posição (ficou-se por um também brilhante quarto posto). Destaques positivos igualmente para Alaphilippe (rei da montanha) e Sagan (mais uma camisola verde), bem como para Gaviria e Groenenwegen (com duas etapas cada), numa prova que foi madrasta para os sprinters, deixando-os quase todos arredados demasiado cedo.
No lote de desilusões figuram Quintana e Bardet (esperava-se muito mais de ambos), e também Kittel e Cavendish (que passaram quase anónimos pelas estradas do Tour 2018).
Que 2019 seja mais animado.


23.7.18

PARA ADORMECER

Do pior.
Nem as duas etapas alpinas disfarçam a total sensaboria desta edição do Tour. Infelizmente é uma tendência que se tem acentuado, sobretudo desde 2012 (anos Sky), mas talvez nunca, como este ano, as coisas tenham chegado ao ponto em que estão.
Não culpemos as equipas, que fazem o seu trabalho com o maior profissionalismo, de modo a defender os seus interesses. Cabia à organização, ela sim, estimular o espectáculo.
No ano anterior, a quase ausência de chegadas em alto até nem correu mal. Mas nesta edição não podia estar a correr pior. E, pensando bem, era natural que assim fosse. Chegados à última semana, quase nada aconteceu, e as etapas de sábado e domingo foram confrangedoras.
Sabemos que é difícil desenhar um traçado para uma prova como o Tour de France, obedecendo necessariamente a critérios desportivos, geográficos, económicos etc. Mas se a componente desportiva não for privilegiada, em breve as audiências irão ressentir-se, até porque Giro e Vuelta têm mostrado outra vitalidade.
Veremos o que dita o futuro (desde logo o desta própria edição). Esperemos que Thierry Gouvenou não venha a ser um dia responsabilizado pela decadência da prova francesa.

20.7.18

EU SHOW THOMAS

As duas últimas etapas alpinas trouxeram o espectáculo que até então andava totalmente arredado desta edição da Volta a França. E um protagonista destacou-se: o galês Geraint Thomas, duplo vencedor da Volta ao Algarve, e agora duplo triunfador dos Alpes, que começa a dar mostras de poder desafiar Chris Froome no interior da própria Sky.
Será interessante perceber até onde vai a aposta de Nicolas Portal neste seu pupilo, e até onde vai a tolerância de Froome para com esta espécie de "sublevação"" do seu lugar-tenente.
No Alpe d'Huez, Thomas teve comportamento irrepreensível na ajuda ao líder, mas acabou por mostrar estar mais forte no momento da chegada.
Até agora só falei da Sky? Pois é. A esquadria britânica tem dominado totalmente o pelotão.
Derrotados? Para já a Movistar, que tem hesitado entre proteger um Quintana totalmente fora de forma e apostar num Landa com muito mais frescura. 
Dumoulin continua na luta, tal como Bardet, e Nibali foi infelizmente para casa, na sequência de uma estranha queda montanha acima. 
Mas ninguém, a não ser Thomas, tem mostrado argumentos para dominar totalmente uma corrida como esta.

16.7.18

POUCO OU NADA PARA DIZER

Após uma primeira semana totalmente insípida, pouco ou nada haverá a dizer sobre o Tour 2018. Até a etapa de Roubaix, que prometia espectáculo, pouco mexeu na classificação, se exceptuarmos a desistência de Richie Porte, após queda nos quilómetros iniciais.
Tudo o resto tem sido enfadonho e previsível. Gaviria e Groenewegen têm dividido os sprints, com Kittel e Cavendish quase sempre fora de discussão. As únicas diferenças na Classificação Geral foram dadas pela queda do primeiro dia, e pelo contra-relógio colectivo do terceiro.
Depois de uma edição com pouca montanha, com pouca incerteza quanto ao vencedor final, mas ainda assim viva e entusiasmante, a organização desta vez decidiu abusar. Apenas três chegadas em alto ao longa das três semanas, etapas planas aos sábados e domingos, e um percurso monocórdico prometem muito mais sono do que espectáculo. E, como dissemos acima, nem o empedrado de Roubaix deu para grande coisa.
Veremos o que trazem os Alpes. Mas temo, francamente, que este Tour venha a ser para esquecer. O percurso é mau, as estrelas não parecem estar em grande forma, e as equipas mostram-se sem vontade de arriscar.

6.7.18

TOP 10 FAVORITOS


CHRIS FROOME

NAIRO QUINTANA

TOM DUMOULIN

ROMAIN BARDET

VINCENZO NIBALI

RICHIE PORTE

RIGOBERTO URAN

ALEJANDRO VALVERDE

ADAM YATES

ILNUR ZAKARIN

4.7.18

AÍ ESTÁ O TOUR



PERCURSO


ETAPAS



EQUIPAS


HISTÓRICO - todos os top 10

Clique na imagem para aumentar

RECORDAR 2017