29.7.15

VOLTA A PORTUGAL - favoritos

GUSTAVO VELOSO (Quinta da Lixa), 35 anos, vencedor em 2014 e segundo em 2013

 ALEJANDRO MARQUE (Efapel), 33 anos, vencedor em 2013

 RICARDO MESTRE (Tavira), 31 anos, vencedor em 2011

 RUI SOUSA (Boavista), 39 anos, segundo em 2014 e terceiro em 2002, 2011, 2012 e 2013

VOLTA A PORTUGAL - devoradores de etapas


28.7.15

VOLTA A PORTUGAL - lendas

 JOSÉ MARIA NICOLAU (1931 e 1934)
Nasceu no Cartaxo, a 15 de Outubro de 1908. Com 21 anos ingressou no Benfica, tornando-se o símbolo máximo do ciclismo encarnado. Ficaram famosos os duelos com Alfredo Trindade (da mesma região), que, na alvorada dos anos trinta, acenderam a rivalidade entre os dois emblemas lisboetas. Era uma força da natureza, contrastando com a morfologia mais franzina do seu grande rival. Faleceu em Agosto de 1969. Está destacado no Museu Cosme Damião como uma das grandes figuras da história do Benfica. Venceu as Voltas de 1931 e 1934, ficando em segundo lugar em 1932.

 ALFREDO TRINDADE (1932 e 1933)
Nasceu em Valada do Ribatejo, a 3 de Janeiro de 1908. Representou o Sporting, mas foi numa breve passagem pelo Clube Rio de Janeiro que, em 1932, venceu pela primeira vez a Volta a Portugal. Regressou ao Sporting e voltou a vencer no ano seguinte. Mais tarde representaria ainda os Leões de Ferreira do Alentejo. Os duelos com Nicolau ficaram míticos, numa altura em que, sem televisão, o ciclismo era a única modalidade a chegar às populações do interior. Embora se tornasse uma referência na história do ciclismo do Sporting, chegou a treinar a equipa do Benfica, nos anos sessenta. Morreu a 15 de Outubro de 1977. Para além das vitórias em 1932 e 1933, registou ainda um segundo lugar em 1931.

JOSÉ ALBUQUERQUE (1938 e 1940)
Nasceu em Mangualde, a 20 de Setembro de 1916. Representou o Campo de Ourique e o Sporting. Era conhecido por "Faísca". Em 1961 viu mulher e filhos serem barbaramente assassinados em Angola. Mergulhou na dor e no álcool, falecendo atropelado na sua terra natal, no início dos anos oitenta. Venceu as Voltas de 1938 e 1940.

JOSÉ MARTINS (1946 e 1947)
Nasceu em Paderne a 20 de Fevereiro de 1920, e representou as equipas do Iluminante e do Benfica, vencendo uma Volta por cada uma delas, em anos sucessivos, terminando a carreira ao serviço do Sporting.  Além das duas vitórias, foi segundo classificado em 1945, e duas vezes quarto classificado. Foi três vezes campeão nacional. Filho de emigrantes, era conhecido pelo "Martineau". Faleceu em Lisboa, a 6 de Fevereiro de 2011.

DIAS DOS SANTOS (1949 e 1950)
Nasceu em Fânzeres, a 23 de Junho de 1922, iniciou a carreira no Sporting, enquanto cumpria o serviço militar na Marinha em Lisboa, mas foi aos serviço do FC Porto que venceu as duas Voltas consecutivas, 1949 e 1950. Terminou a carreira no Brasil, onde viria a falecer a 13 de Junho de 1986. Foi joalheiro, e tem o nome de uma rua na sua terra natal.

RIBEIRO DA SILVA (1955 e 1957)
Nasceu em Lordelo, a 16 de Fevereiro de 1935. Passou quase toda a carreira ao serviço do Académico do Porto, equipa pela qual ganhou as duas Voltas (1955 e 1957), para além de um segundo lugar em 1956. Foi o grande rival de Alves Barbosa. Teve participações internacionais brilhantes na Vuelta (4º lugar) e no Tour (25º em 1957), chegando a ser apelidado pelo jornal L'Equipe como "o português voador". Morreu aos 33 anos, vítima de um acidente de moto, quando ainda tinha muito para dar ao ciclismo.


ALVES BARBOSA (1951, 1956 e 1958)
Nasceu na Figueira da Foz, a 24 de Dezembro de 1931. É considerado o melhor ciclista português dos tempos pré-Agostinho. Participou em quatro Voltas a França (chegou a fazer top-dez, com um 10º lugar em 1956) e três Voltas a Espanha. Ganhou a Volta a Portugal em 1951, 1956 e 1958. Além das três vitórias na Volta, regista igualmente um terceiro lugar, em 1955. Representou o Sangalhos, sendo mais tarde treinador do Benfica, e também seleccionador nacional. Tem agora 83 anos.

PEIXOTO ALVES (1965)
Nasceu em Soutelo, no Minho, a 23 de Maio de 1941. Começou a carreira no FC Porto, passou pelo Aldoar, mas foi no Benfica que venceu a Volta de 1965. De camisola encarnada, conseguiu ainda dois segundos lugares e um terceiro, triunfando em nove etapas, sendo um dos melhores ciclistas portugueses da década de sessenta. Foi campeão nacional, participou em três Vueltas, dois Mundiais, e numa Volta a França do Futuro. Abandonou a carreira cedo, aos 25 anos.

JOAQUIM AGOSTINHO (1970, 1971 e 1972)
Nasceu em Torres Vedras, a 17 de Abril de 1943. É a figura maior da história do ciclismo português, e figura de relevo no ciclismo internacional da sua época. Foi descoberto por João Roque já com 26 anos, idade tardia em que iniciou a carreira. Correu pelo Sporting, em Portugal, e por várias equipas espanholas e francesas (Frimatic, Hoover, Magniflex, Bic, Teka, Flandria, Puch e Sem), fez dois pódios no Tour (1978 e 1979), onde ficou oito vezes no top-dez e venceu várias etapas (entre elas o Alpe d'Huez). Alcançou um segundo lugar na Vuelta (1974), e também participou no Giro. Foi seis vezes campeão nacional. Além das três vitórias consecutivas na Volta a Portugal (1970, 1971 e 1972), conseguiu um segundo lugar em 1968. Em 1969 e 1973 terminou na frente, mas foi desclassificado por controlo anti-doping positivo. Ou seja, na estrada, em seis participações ficou uma vez em segundo, e cinco em primeiro. Pretendia terminar a carreira no Tour de 1984, com uma equipa do Sporting feita em seu redor. Na preparação estava incluída a Volta ao Algarve, onde rapidamente conseguiu a camisola amarela. Na chegada a Quarteira, um cão atravessou-se na estrada. Caiu mal, batendo com a cabeça no chão. Ainda chegou à meta amparado por dois companheiros. Já no hotel entrou em coma. Faleceu uma semana depois, a 10 de Maio de 1984, inundando o país de dor.

FERNANDO MENDES (1974)
Nasceu em Rio Meão, em 1949, vindo a morrer de forma trágica, abalroado por um comboio, em Paços de Brandão, aos 55 anos. Foi o grande rival de Joaquim Agostinho, com quem manteve uma espécie de Benfica-Sporting a fazer lembrar os tempos de Nicolau e Trindade. Porém, o seu palmarés acabou por ficar ofuscado pelo grande Tino - de quem era amigo. Ganhou a Volta de 1974, a primeira após a revolução, e disputada em clima de grande efervescência social e política. Ficou duas vezes em segundo, e uma em terceiro. Viria a representar também o FC Porto, entre outras equipas nacionais e estrangeiras (Flandria, Kas e Frisol). Na Volta de 1978 acabou desclassificado por doping, quando tinha alcançado a camisola amarela na estrada. Teve uma carreira internacional de sucesso, com quatro participações no Tour (18º em 1973), uma no Giro (17º em 1976), e cinco na Vuelta (com um brilhante 6º lugar em 1975). Foi campeão nacional e ganhou uma Volta à África do Sul.

MARCO CHAGAS (1982, 1983, 1985 e 1986)
Nasceu no Cartaxo, a 19 de Novembro de 1956. Correu pelo Sporting, pelo FC Porto, e por outras equipas, tais como: Costa do Sol, Águias Clock, Lousa Trinaranjus, Mako Jeans, Louletano e Orima Cantanhede. Era um rolador por excelência, defendendo-se na montanha, e ganhando vantagem nos contra-relógios. Em 1980 acompanhou Agostinho no Tour, ao serviço da equipa Puch, ficando em 44º lugar. Em 1984 voltaria o Tour, com o Sporting, mas já sem Agostinho, terminando em 77º. Também participou na Vuelta. Venceu a Volta a Portugal por quatro vezes (1982, 1983, 1985 e 1986), batendo na altura o recorde de Agostinho e Barbosa. Venceu 22 etapas da prova lusa. Em 1979 e 1987 foi desclassificado por doping, depois de ter terminado a prova de amarelo. Em 1984 também estava na liderança, quando controlou positivo, perdendo então para Venceslau Fernandes. É actualmente comentador de ciclismo da RTP.

JOAQUIM GOMES (1989 e 1993)
Nasceu em 21 de Novembro de 1965 em Lisboa, e iniciou a carreira no Sporting. Passou depois por Louletano, Sicasal, Lousa, Boavista e LA. Ganhou as Voltas de 1989 e 1993, fazendo segundo lugar em 1990, e terceiro em 1988, 1992, 1994 e 1997, sendo o ciclista que mais vezes ficou no pódio da prova. Ganhou dez etapas, e foi duas vezes campeão nacional. Era um trepador nato, ficando famosas algumas das suas exibições na Serra da Estrela e na Senhora da Graça. É director da Volta a Portugal desde 2009.

ORLANDO RODRIGUES (1994 e 1995)
Nasceu em Torres Vedras, a 21 de Outubro de 1969. Demonstrou enorme qualidade no pelotão português da sua altura, vencendo as Voltas de 1994 e 1995, e ficando em segundo lugar nas de 1991 e 1998. Foi campeão de estrada em 1994. O seu palmarés nacional ficou por aqui, pois rapidamente seguiu para o ciclismo espanhol, onde realizou duas temporadas ao serviço da Artiach, e cinco ao serviço da grande equipa da Banesto, chegando a trabalhar como escudeiro do lendário Miguel Indurain. Participou em quatro Tours, três Giros e sete Vueltas (onde fez um 14º lugar), bem como em duas Olimpíadas (Atlanta e Sidnei) e quatro Mundiais. Esteve perto de vencer uma etapa no Tour, sendo ultrapassado na linha de meta pelo seu companheiro de fuga. Foi ainda director desportivo do Benfica, em 2007 e 2008.

VÍTOR GAMITO (2000)
Nasceu em Lisboa, a 21 de Abril de 1970, e marcou a década de noventa do ciclismo português. Mais do que a vitória por fim alcançada na Volta de 2000, foram os vários segundos lugares (1993, 1994, 1996 e 1999) que o foram tornando conhecido dos adeptos como uma espécie de Poulidor luso. Grande contra-relogista, representou Sicasal, Troiamarisco, Porta da Ravessa, Maia, Cantanhede e LA. Correu também nas equipas espanholas da MX Onda e Estepona, nos anos de 1996 e 1997, conseguindo um 13º lugar na Volta à Andaluzia. Participou em duas Vueltas, mas nunca terminou, e nos Jogos Olímpicos de Sidnei. Foi campeão nacional e fez BTT. Depois de doença cardíaca, que o afastou da competição em 2004, voltou, aos 44 anos, para disputar a Volta de 2014.

 DAVID BLANCO (2006, 2008, 2009, 2010 e 2012)
Nasceu a 3 de Março de 1975 na Suíça, mas é galego de sangue, residindo em Santiago de Compostela. Fez grande parte da carreira em equipas portuguesas, tais como Paredes, ASC, Porta da Ravessa, Tavira e Efapel. Mas também correu no seu país, ao serviço da Geox (com Carlos Sastre e Denis Menchov), da Kelme e da Comunidad Valenciana. Participou em três Vueltas (ficando em 10º em 2004), e num Giro. Alcançou o recorde de cinco vitórias na Volta a Portugal, à mercê de uma superioridade demonstrada, quer nas montanhas, quer nos contra-relógios. É o nome grande da última década da prova.

VOLTA A PORTUGAL - etapas



VOLTA A PORTUGAL - equipas

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VOLTA A PORTUGAL - vencedores de etapas em prova


VOLTA A PORTUGAL - a edição de 2014

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VOLTA A PORTUGAL - todos os pódios


VOLTA A PORTUGAL - palmarés


O CICLISMO NÃO PARA!

Numa altura em que termina a Volta a França, há que lembrar que nos próximos dias teremos mais Ciclismo:

Volta a Portugal (RTP)
De 29 de Julho a 9 de Agosto
A competição rainha de ciclismo em Portugal terá este ano inicio em Viseu e terminará em Lisboa. Como sempre com passagem em locais miticos, como a Torre e a Sra. da Graça. Como favoritos á vitória final estão Gustavo Veloso (vencedor 2014), Joni Brandão, Alejandro Marque, Rui Sousa e Ricardo Mestre, mas nesta luta também se poderam intrometer ciclistas estrangeiros. Para os sprints teremos Davide Vigano (camisola dos pontos 2014), Manuel Cardoso, Samuel Caldeira e Filipe Cardoso.


Volta à Polónia (Eurosport 2)
De 2 a 8 de Agosto
A Volta à Polónia tem crescido muito nos últimos anos, sendo já uma prova referência da UCI. Esta edição iniciará em Varsóvia e termina na cidade de Cracóvia com a decisão no contra-relógio individual. A competição terá a presença de algumas estrelas do pelotão internacional como Fabio Aru (2º no Giro), Robert Gesink (6º no Tour) e os anfitriões Michal Kwiatkowski (campeão do mundo) e Rafal Majka (vencedor 2014). No que diz respeito aos sprints estará presente Marcel Kittel (falhou o Tour devido a má condição fisica).





Post Danmark Rundt (Eurosport 2)
De 4 a 8 de Agosto
Esta prova, sobre as paisagens da Dinamarca, não terá grandes estrelas, mas certamente haverá espetáculo.
Esta edição tem inicio em Struer e termina em Frederiksberg, as etapas serão planas com possivel discussão ao sprint, com a exceção de um contra-relógio individual na penúltima etapa.
O vencedor do ano passado, Michael Valgren tentará repetir o feito este ano.





Eneco Tour (Eurosport)
De 10 a 16 de Agosto

Pelas estradas do Benelux vai disputar-se o Eneco Tour. Com nomes conhecidos do pelotão internacional tais como Jan Bakelants, Niki Terpstra (vencedor Paris-Roubaix 2014), Phillipe Gilbert (campeão do mundo 2012) e Wilco Kelderman, ciclistas que já confirmaram presença. O último vencedor foi Tim Wellens.







Arctic Race of Norway (Eurosport e TVI 24)
De 13 a 16 de Agosto

A terceira edição da Corrida do Ártico, sobre as paisagens nórdicas, terá a presença de equipas Pro-Tour, como a Giant, BMC, Astana, Tinkoff-Saxo, Katusha, Lampre e IAM. Ainda sem lista de inscritos, espera-se que estas equipas apresentem algumas estrelas, principalmente do sprint. No ano passado o holandês Steven Kruijswijk venceu a corrida, sucedendo a Thor Hushovd, o vencedor da 1ª edição.




Já neste fim-de-semana realizam-se duas clássicas: a Clássica de San Sebastian e a RideLondon, respetivamente a 1 e 2 de Agosto. Mais tarde terá lugar a Vattenfall Cyclassics, a 23 de Agosto, antes de começar a Vuelta. As quatro provas terão transmissão na Eurosport.

27.7.15

OPINIÃO - O Tour 2015 visto por LF

O Tour de 2015 prometia muito.
Um percurso variado, todas as grandes estrelas em prova, e forte entusiasmo dos franceses face às expetativas criadas no ano anterior, eram os principais condimentos para um prato que se antevia apetitoso.
Chegados a Paris, poderemos dizer que talvez se esperasse um pouco mais.
É verdade que houve algum espetáculo – sobretudo em Saint Martin, e no Alpe d’Huez -, mas muitas das etapas, mesmo as que mais prometiam, obedeceram a um guião pré-definido pela Sky, que cedo tomou conta da corrida para não mais a largar.
O ciclismo moderno é assim, e quando a equipa mais forte sente que tem a vitória nas mãos, dificilmente há espaço para veleidades de terceiros. Creio que a diminuição do número de corredores por equipa talvez pudesse ajudar a tornar estas competições menos previsíveis. Mas há uma verdade que as últimas edições também têm demonstrado: só com chegadas em alto (mesmo que em etapas mais curtas) há efetiva seleção dos melhores, pois outro tipo de etapas, por maior que seja a beleza dos percursos, cabem sempre facilmente no bolso das equipas dominadoras (neste caso da Sky), cortam o suspense, deixando aos fãs uma sensação de vazio. Até o ”Pavé” do norte, que tantos estragos havia feito na edição anterior (em larga medida devido às condições climatéricas então verificadas), ficou agora bastante aquém do esperado.
Chris Froome foi o grande triunfador do Tour de 2015. Alicerçado numa equipa fortíssima (onde se destacaram Richie Porte, Wout Poels e, sobretudo, Geraint Thomas), o britânico demonstrou ser o mais forte ciclista da atualidade. Só Nairo Quintana, nas últimas duas etapas dos Alpes, conseguiu retirar-lhe algum tempo, embora ficasse sempre a sensação de que Froome mantinha o controlo das operações qualquer que fosse a distância a que via o colombiano. Em Pierre Saint Martin deu festival, colocando desde logo uma pedra sobre a discussão acerca do vencedor final. A partir de então, prevaleceu a ideia de que só um acidente poderia retirar a segunda vitória na Grand Boucle ao ciclista da Sky.
Foi pois um triunfo merecida, daquele que demonstrou ser o melhor. Não fora a discutível (e discutida) ajuda a Wiggins em 2012, e uma dramática queda no Pavé de 2014, poderíamos estar já perante um nome para juntar à galeria onde estão Anquetil, Hinault, Indurain e Merckx - monstros da prova francesa. Os próximos anos dirão até onde chega este grande atleta.
Para além da Sky e de Chris Froome, há que destacar outros vencedores nesta edição. Alejandro Valverde cumpriu finalmente o sonho de chegar ao pódio, mantendo uma regularidade impressionante em todos os momentos capitais da prova. Intrometeu-se, com mérito, no meio dos “quatro magníficos”, juntando o seu nome aos maiores do ciclismo da atualidade. Peter Sagan, mesmo sem conquistar qualquer etapa, cumpriu o objetivo de vestir de verde em Paris. André Greipel foi o velocista de serviço, vencendo quatro etapas (incluindo os Campos Elísios), mesmo sem que tal lhe conferisse a camisola verde (regulamentos a rever...). Depois de alguns anos na sombra de Cavendish e Kittel, este alemão mostrou finalmente toda a sua capacidade finalizadora, tornando-se, também ele, um dos nomes grandes do Tour. Nota também para Joaquin Rodriguez, que venceu duas etapas, e para a semana final de Vincenzo Nibali (o campeão em título), que ainda foi a tempo de resgatar a honra que a dada altura parecia perdida, chegando a falar-se de eventual abandono. Quintana lutou, mas talvez tenha deixado para demasiado tarde as suas principais munições. Os franceses animaram muitas etapas, embora tenham ficado longe dos espantosos resultados do ano anterior.
Do lado dos derrotados poderemos falar de dois nomes que marcaram claramente a última década da velocipedia internacional.
Alberto Contador falhou no seu propósito de juntar o Tour ao Giro, e nem ao pódio conseguiu chegar. O quinto lugar, não o envergonhando, certamente também não o deixará feliz. Acredito que no próximo ano coloque o Tour no epicentro da sua programação, visando certamente despedir-se em grande de uma competição onde apenas duas vitórias não refletem todo o potencial que demonstrou ao longo dos anos.
Mark Cavendish, mesmo com uma vitória em Fougéres, não soube aproveitar a ausência de Marcel Kittel, quase não oferecendo resistência à esmagadora superioridade de Greipel. O sonho de bater o recorde do número de etapas parece definitivamente posto de parte.
Já que falamos de sprints, há que dizer que também de Alexander Kristoff se esperava bastante mais.
Não seria possível evitar colocar neste prato o nome de Rui Costa. Cedo se percebeu que o objetivo do top 10 era difícil de alcançar, e mesmo antes dos Pirenéus já o português levava mais de cinco minutos de diferença para a liderança. Na primeira etapa montanhosa as coisas correram ainda pior, e o abandono começou a desenhar-se. Talvez seja altura de Rui Costa refletir sobre o futuro da sua carreira. À medida que o tempo passa, vou reforçando a ideia de se tratar de um fabuloso corredor de clássicas e provas de uma semana, mas sem perfil para discutir os primeiros lugares de uma grande volta. O treino orientado nesse outro sentido, poderia garantir-lhe um número de vitórias mais compatível com a sua imensa classe.
Os outros portugueses estiveram num plano discreto, com Nélson Oliveira a ser o melhor.

Para o ano há mais.

LF





RESCALDO DO TOUR 2015

Figuras do Tour:

Merecida vitória daquele que foi o melhor do Tour. Mesmo contra a adversidade do público ele e a sua equipa mostraram-se mais fortes do que nunca, batendo a concorrencia de forma clara. Assim Froome sagrou-se vencedor do Tour 2015.

Foi um ciclista muito combativo, arrecadando assim a sua 4ª camisola verde consecutiva. Faltou-lhe a tão desejada vitória de etapa, fazendo 5 segundos lugares.

Tentou destronar Froome e a Sky, mas não conseguiu ganhar o tempo necessário ao britânico nomeadamente em La Tossuire e no Alpe D'Huez. Terá de se contentar com a camisola branca e com o segundo lugar do pódio.

 Esta equipa fez um Tour incrivel, controlando a forte concorrência. Uma parte da vitória de Froome também é da Sky, pois ninguém conseguiu destroná-los e eles conseguiram levar Froome de amarelo até Paris, nomeadamente Porte e Thomas.

Claramente o melhor sprinter do Tour 2015. Venceu 4 etapas, incluindo o sprint final em Paris.

Grande Volta a França do espanhol, que foi o 2º lider da equipa Movistar no ataque á Geral. Todas as etapas de montanha Valverde atacou a equipa Sky, quase sempre com resposta da equipa britânica. Acaba o Tour no último lugar do pódio.


Momentos-Chave:

Logo na 2ª etapa, Froome começou a ganhar tempo aos diretos adversários. Devido á formação de bordures, o pelotão separa-se em vários grupos, ficando Quintana e Nibali num dos grupos atrasados. Estes perderam 1:28 para a frente da corrida. Começava-se aqui a desenhar a vitória de Froome na 102ª edição da Volta a França.
A 10ª etapa ligava Tarbes a La Pierre-Saint-Martin, sendo esta a primeira grande chegada em alto, Froome não hesitou em atacar. Nibali cedeu logo no inicio da subida, Contador e Van Garderen cedem ao ataque com resposta de Quintana, acabando por deixar fugir Froome até á linha de chegada.
Esta etapa quase anunciou que Froome iria vencer o Tour.
A penúltima etapa foi a subida mitica do Alpe D'Huez. Quintana depois de ter ganho tempo a Froome no dia anterior via-se forçado a atacar naquela que seria a sua última oportunidade. Quintana atacou e Froome cedeu juntamente com a sua equipa mas o colombiano não ganhou o tempo necessário para vencer Froome.



Top 10 e os vencedores das várias classificações:






Etapa a Etapa: