31.5.21

JOÃO ALMEIDA: A CONFIRMAÇÃO

À partida para a sua segunda grande volta, João Almeida era simultaneamente esperança e incerteza. Afinal de contas, o Giro anterior havia sido algo atípico, com muitas desistências logo nos primeiros dias, e estaria por confirmar se o jovem luso seria capaz de voltar a afirmar-se numa prova tão exigente.

A resposta não podia ser mais eloquente. E há que dizer que João só não chegou mais longe (ao pódio, por exemplo) porque a sua própria equipa não permitiu, quando, numa decisão altamente questionável face ao que se via na estrada, mandou o português esperar por um Remco Evenepoel claramente (e naturalmente) longe da melhor forma.

Ainda assim, vendo-se em 42º lugar a 5,38 logo ao quarto dia, e mesmo depois de, nos dias seguintes, quase ter parado por duas vezes para rebocar o belga, João Almeida encetou uma recuperação notável, que o foi fazendo subir na classificação até ficar a milésimos de segundo do top-5, quase igualando o resultado final do ano anterior. A dada altura fez lembrar Agostinho, com as suas recuperações montanhosas após dias difíceis no plano.

Ficou a faltar uma vitória em etapa. Com dois segundos lugares, um quarto, dois quintos e dois sextos, bem perto ficou. Sobretudo na etapa 17ª, onde, com mais cem metros, teria certamente ultrapassado Dan Martin.

Uma palavra final para Ruben Guerreiro, que estava a fazer uma prova extraordinária quando uma queda o forçou a desistir, e para Nélson Oliveira, que acabou num honroso top-30, depois de, mais de uma vez, ter também tentado a sua sorte em etapas.

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