29.7.22

SÓ PARA LEMBRAR

Em 2017 postei isto.
É o que dá ver ciclismo há muitos anos...
Não fico contente por ter tido razão. Pelo contrário.

22.7.22

À CAMPEÃO!

Confesso que a postura defensiva de Vingegaard e da Jumbo, repetida durante vários dias perante os constantes ataques de Pogacar, levavam as minhas simpatias a incidir sobre o jovem esloveno - qual cavaleiro solitário perante exército forte e numeroso.
Porém, a forma categórica como o dinamarquês venceu em Hautacam, e sobretudo o enorme gesto de fair-play aquando da queda de Pogacar na descida anterior, têm de mexer com qualquer adepto do Ciclismo.
Uma modalidade tantas vezes espezinhada, quer a partir de fora, mas por vezes também por alguns dos seus intérpretes (basta olhar para o panorama nacional), merece campeões assim. E este Tour foi uma luta de Campeões. Uma luta árdua na estrada, mas uma luta leal entre dois jovens que, diga-se, mereciam ambos vencer.
Vingegaard foi mais forte em dois momentos chave: Gramon e Hautacam (de resto, duas das melhores etapas de que me lembro nos últimos tempos). E sobretudo naquela inesquecível subida alpina, deixou Pogacar a uma distância que o obrigou, depois, a arriscar demasiado. O triunfo final fica bem entregue, numa excelente edição do Tour - que deixa água na boca para os próximos anos.

21.7.22

Por falta de tempo dos editores, não tem sido possível actualizar este espaço com as provas da temporada 2022.
Assim que possível, voltaremos.

11.10.21

POGACAR FECHA COM CHAVE DE OURO

Mais uma excelente "Clássica", neste caso a da Lombardia, trouxe a vitória a Tadej Pogacar.
O jovem esloveno fechou a temporada com chave de ouro, alcançando uma vitória que apenas Fausto Masnada chegou a pôr em dúvida, quando, na última descida do dia, se aproximou da roda do líder. Todavia, no sprint  já não teve força para disputar o título, alcançando, ainda assim, um excelente segundo lugar. Adam Yates fechou o pódio.
Este foi o segundo "Monumento" para Pogacar, que aos 22 anos vai construindo um palmarés para a história. 

 

6.10.21

ÉPICO

Um ano e meio depois da edição anterior, esta foi simplesmente uma das melhores Paris-Roubaix de que me recordo. Chuva, lama, intensidade, ataques, quedas, drama, e tudo o que o Inferno do Norte tem para oferecer.
Podia ter vencido Van der Poel. Ou Moscon (que teve o triunfo nas mãos). A vitória acabou por sorrir a um Sonny Colbrelli, na sua melhor temporada de sempre.
Segue-se a Lombardia, a terminar a temporada.

27.9.21

ALAPHILIPPE BISA

Um ataque certeiro a alguns quilómetros da meta permitiu a Julian Alaphilippe revalidar o título de campeão do mundo de estrada.
A corrida não foi brilhante, nem teve grande história. O grupo de favoritos foi-se seleccionando com naturalidade, e de entre eles, o francês atacou e venceu com mérito.
Dylan Van Baarle e Michael Valgren fecharam o pódio.
Rui Oliveira foi o melhor luso em 39º lugar, enquanto João Almeida não passou da 47ª posição.
Entretanto, a meio da semana, também Filippo Ganna havia repetido o triunfo de 2020 na especialidade de contra-relógio. Dois campeões justos e firmes.

6.9.21

VUELTA A SER ROGLIC


Em nenhum momento Primoz Roglic se viu verdadeiramente ameaçado enquanto grande e super favorito à conquista do Tri na Volta a Espanha. Tal como Bernal em Itália, e Pogacar em França, o corredor da Jumbo dominou a ser bel-prazer toda a competição, mesmo quando, circunstancialmente, viu outros ciclistas vestir a camisola vermelha.
Ganhando quatro etapas, o esloveno mostrou que é dono da Vuelta, deixando para os outros a luta pelo pódio - que acabou entregue a Enric Mas (segundo pela segunda vez) e Jack Haig (primeiro pódio em grandes voltas).
Os últimos dias foram apimentados pelo caso Miguel Angel Lopez. O que o colombiano fez está errado e não é de profissional, mas pelo que depois se percebeu, não deixou de ter algumas razões, pois a instrução da Movistar de o impedir de acompanhar o grupo onde seguiam primeiro e segundo, estando ele em terceiro, não fez, de facto, qualquer sentido. A não ser que, na impossibilidade de ganhar corridas, a equipa espanhola aposte no argumento da sua série da Netflix...

AMARO X 2


Não há justiça no desporto. Se houvesse, Maurício Moreira teria ganho a Volta a Portugal de 2021, pois foi o corredor mais forte no conjunto das etapas, provando que a W52 não era imbatível. Uma queda no contra-relógio final privou-o da Camisola Amarela, e Amaro Antunes, que não teve culpa nenhuma, voltou a vencer.


3.8.21

A NOSSA VOLTA

...de regresso à normalidade, com percurso alargado (12 dias) e nomes sonantes no pelotão. Este ano estão cá todas as melhores equipas da Península Ibérica. Palpitante.

PERCURSO

EQUIPAS

PALMARÉS
 

MERECIDO


Sendo Primoz Roglic um corredor tão azarado, nomeadamente nas Voltas a França, confesso que fiquei feliz por vê-lo receber a medalha de ouro no Contra-Relógio de Tóquio.
A prova foi forte e disputada, com Tom Dumoulin a regressar em grande, ficando com a prata. Rohan Dennis fechou o pódio, com Kung e Ganna a venderem cara a derrota. Entre a prata e o quinto lugar ficaram apenas 5 segundos...
Espera mais dos portugueses. Enfim , não se pode querer tudo.

26.7.21

OLHA QUEM SÃO ELES...

Afinal, ao contrário do que se esperava, quem esteve no Tour mostrou-se ao mais alto nível em Tóquio. Do pódio de Paris ficam dois repetentes, mais o vencedor da etapa dos Campos Elísios.
Uma corrida viva, com um vencedor justo. Pena o percurso não ter a beleza que poderia ter.

 

23.7.21

CORRIDA OLÍMPICA DE LUXO

PERCURSO E ALTIMETRIA

PARTICIPANTES

ÚLTIMOS VENCEDORES

RECORDAR 2016

19.7.21

TOUR - vencedores e vencidos

VENCEDORES

TADEJ POGACAR - Já tudo ficou dito, Pogacar é nome para as próximas décadas. A dúvida é se apenas chegará ao nível dos melhores da história, ou se será, ele mesmo, o melhor da história.

MARK CAVENDISH - Foi uma das mais belas "revelações" deste Tour. Ninguém esperava que renascesse das cinzas, e muito menos que voltasse a ser dominador. Faltou Paris para terminar em beleza o conto de fadas, mas fica a promessa para 2022.

WOUT VAN AERT - Uma etapa de montanha, uma de sprint e uma de contra-relógio. Van Aert demonstrou neste Tour porque é um dos mais completos ciclistas da actualidade, sendo mesmo, porventura, o mais versátil. Promete para Tóquio.

JONAS VINGEGAARD - Segundo lugar inesperado deste jovem que se tinha mostrado no País Basco, e agora aproveitou a queda de Roglic para se libertar e andar sempre entre os melhores. Chegou mesmo a ser o único a deixar Pogacar para trás, na segunda passagem pelo Mont Ventoux, mas a descida não lhe permitiu ganhar tempo ao esloveno. Uma boa surpresa.

MATEJ MOHORIC - Duas etapas conquistadas fizeram dele um nome desta edição. Mais um esloveno a brilhar no pelotão internacional.


VENCIDOS

INEOS - Apesar do pódio de Carapaz, a Ineos terá sido a grande derrotada do Tour. Trabalhou muito, tentou de todas as formas, mas nem o segundo lugar conseguiu, não vencendo uma única etapa. Viu também alguns dos seus principais elementos cedo ficarem fora de combate, como Thomas ou Porte - de quem se esperava bastante mais. Só meteu um elemento no top 20, e, além do equatoriano, apenas Castroviejo se mostrou em bom nível.

FRANCESES - Começaram bem, com Alaphilippe a ganhar a primeira etapa e a vestir de amarelo. Depois, uns fogachos de Gaudou e de Guillaume Martin, e pouco mais. O tempo de Bardet e Pinot parece ter passado, e não se vislumbram nomes fortes para lutar pelos primeiros lugares.

FROOME - Não se compreende porque motivo se apresentou neste Tour. Manifestamente não está nada bem, nem se sabe se alguma vez voltará a estar - pelo menos ao nível de poder discutir uma etapa. Enquanto assim não for, seria melhor que se resguardasse, e não arrastasse o seu nome penosamente pelas estradas.

TRAÇADO - O traçado, uma vez mais, deixou a desejar. Não é aceitável subir duas vezes o Mont Ventoux, e a etapa não terminar aí. Etapas em linha na última semana não fazem qualquer sentido. Também as etapas da Bretanha mostraram estradas demasiado perigosas para uma competição como esta, e deixaram fortes marcas no pelotão e na história desta edição.

E TUDO TADEJ LEVOU

 

Vitória em toda a linha, com três das quatro camisolas em disputa (geral, montanha e juventude), vantagem de largos minutos, três etapas conquistadas, e domínio absoluto ao longo das três semanas.
É verdade que teve de sair de cena aquele que todos apontavam como o seu único verdadeiro rival (Roglic). Mas nada pode ensombrar a fantástica performance do jovem esloveno, que vai dizimando recordes atrás de recordes, caminhando triunfantemente para a eternidade.

5.7.21

POGACAR ARRASADOR

Com a queda e posterior desistência de Primoz Roglic, não se vê quem possa evitar que Tadej Pogacar, aos 22 anos, alcance o seu segundo Tour consecutivo.
O jovem esloveno tem estado intratável, atacando onde e como quer, deixando para trás tudo e todos. Um verdadeiro patrão da corrida, como só vi com Hinault, Armstrong e o melhor Froome. Ao fim da primeira semana, já leva mais de cinco minutos sobre os restantes favoritos - se é que se pode chamar assim a alguém mais neste Tour que não ele...
Só uma queda ou algo parecido pode tirar o Tour a Pogacar. Assim, a luta vai ser animada... pelo pódio. Entretanto Mark Cavendish renasceu das cinzas e parece disposto a encostar no recorde de Merckx. Conseguirá?

 

30.6.21

EIS O TOUR

 ...ou o anunciado duelo entre eslovenos.

ETAPAS


EQUIPAS


PALMARÉS


ALENTEJO PARA A EFAPEL

Maurício Moreira foi o vencedor da Volta ao Alentejo. O uruguaio da Efapel alcançou a camisola amarela no penúltimo dia, e manteve-a na chegada a Évora. Vencedor surpresa, o que não é propriamente...surpresa nesta prova.
Nota para a cobertura televisiva, ou ausência dela, o que não deixa de comprometer a organização. O dinheiro é muito importante, mas não é tudo. Vender a prova a uma estação que não tem interesse em mostrá-la não favorece o ciclismo.
 

22.6.21

A ALENTEJANA ESTÁ DE REGRESSO


ETAPAS


EQUIPAS


PALMARÉS



 

8.6.21

PONTO DE SITUAÇÃO

Vencedores em provas World Tour:



 

31.5.21

JOÃO ALMEIDA: A CONFIRMAÇÃO

À partida para a sua segunda grande volta, João Almeida era simultaneamente esperança e incerteza. Afinal de contas, o Giro anterior havia sido algo atípico, com muitas desistências logo nos primeiros dias, e estaria por confirmar se o jovem luso seria capaz de voltar a afirmar-se numa prova tão exigente.

A resposta não podia ser mais eloquente. E há que dizer que João só não chegou mais longe (ao pódio, por exemplo) porque a sua própria equipa não permitiu, quando, numa decisão altamente questionável face ao que se via na estrada, mandou o português esperar por um Remco Evenepoel claramente (e naturalmente) longe da melhor forma.

Ainda assim, vendo-se em 42º lugar a 5,38 logo ao quarto dia, e mesmo depois de, nos dias seguintes, quase ter parado por duas vezes para rebocar o belga, João Almeida encetou uma recuperação notável, que o foi fazendo subir na classificação até ficar a milésimos de segundo do top-5, quase igualando o resultado final do ano anterior. A dada altura fez lembrar Agostinho, com as suas recuperações montanhosas após dias difíceis no plano.

Ficou a faltar uma vitória em etapa. Com dois segundos lugares, um quarto, dois quintos e dois sextos, bem perto ficou. Sobretudo na etapa 17ª, onde, com mais cem metros, teria certamente ultrapassado Dan Martin.

Uma palavra final para Ruben Guerreiro, que estava a fazer uma prova extraordinária quando uma queda o forçou a desistir, e para Nélson Oliveira, que acabou num honroso top-30, depois de, mais de uma vez, ter também tentado a sua sorte em etapas.

E TUDO BERNAL LEVOU

 

Egan Bernal foi o vencedor incontestado do Giro 2021.
Durante a maior parte do tempo foi claro o seu domínio, e a dada altura chegou mesmo a parecer que a prova iria ser um passeio para o jovem colombiano.
Quando ficou para trás após ataque de Simon Yates em etapa de montanha já a meio da última semana, as dúvidas ainda pairaram no ar. Já não era a primeira vez que alguém, depois de dominar amplamente as duas primeiras semanas de uma grande volta sucumbia na terceira – que o diga o próprio Yates. Mas a ordem foi rapidamente reposta, e Bernal, bem coadjuvado por uma fortíssima Ineos (sobretudo por um fantástico Daniel Martinez) levou tranquilamente a água ao seu moinho.
Surpreendente terá sido o segundo lugar de Damiano Caruso, corredor de 33 anos cujo melhor resultado havia sido um 8º lugar em 2015. Desta vez foi extremamente regular, e aproveitando a queda prematura de Mikel Landa tomou a liderança da equipa, na qual Pello Bilbao foi escudeiro de nível.
Yates fechou o pódio de um Giro genericamente bem disputado e com bastante espectáculo.

7.5.21

O GIRO DA ESPERANÇA

No ano passado João Almeida, e também Ruben Guerreiro, fizeram-nos viver talvez o mais empolgante Giro de sempre. Não fosse o Stelvio (imagine-se que tinha sido cancelado pela neve, como tantas vezes acontece), o ciclista de A-dos-Francos poderia mesmo ter sido o primeiro português a vencer uma grande volta. Terminou em 4º lugar, o que é muito bom, mas pouco para aquilo que merecia.
Este ano, Almeida e Guerreiro voltam às estradas de Itália, e prometem muito. É verdade que a oposição parece bem mais forte (Bernal, Yates, Landa etc), mas acredito que os ciclistas portugueses voltem a proporcionar-nos momentos de grande entusiasmo, e sobretudo o jovem da Deceuninck possa voltar a terminar no top-10 - exigir mais do que isso parece-me excessivo para esta fase da sua carreira. Enfim, veremos se a sorte os protege, pois talento, força e vontade não lhes faltam.

PERCURSO



ETAPAS


EQUIPAS
TOP 15 FAVORITOS
Bernal, Yates, Evenepoel, Vlasov, Carthy, Landa, Buchmann, Sivakov, Almeida, Hindley, Martinez, Bilbao, Bardet, Nibali e Martin 

PALMARÉS

RECORDAR 2020


3.5.21

A THOMAS O QUE É DE THOMAS

Mesmo caindo aparatosamente a poucos metros da meta na etapa rainha, Geraint Thomas conseguiu, no contra-relógio final, o triunfo na Volta à Romandia.
Mais um triunfo para a Ineos, e uma demonstração de que o galês, antigo vencedor da Volta a França, está longe de estar acabado.

 

26.4.21

POGACAR TODO O TERRENO

 

Faltam palavras para falar de Tadej Pogacar e do que ele já fez no ciclismo aos 22 anos. Em Liége mostrou que, além da força que exibe nas provas por etapas, também pode bater Alaphilippe em velocidade de ponta, e conquistou o seu primeiro “Monumento”, sucedendo ao compatriota Primoz Roglic – com quem vai cada vez mais dividindo o epíteto de melhor corredor da actualidade.

Pogacar é de facto um caso sério, e não me recordo de alguém tão jovem surgir no panorama internacional com tamanha capacidade de afirmação a todos os níveis.

Alaphilippe ficou uma vez mais a centímetros da vitória. No ano passado chegou a comemorar, sendo batido por Roglic sobre a meta. Agora, outro esloveno rouba-lhe uma vitória que, a poucos quilómetros do fim, dadas as características do grupo da frente, parecia bastante plausível.

Gaudu fechou o pódio, destacando-se ainda o excelente 4º lugar de Alejandro Valverde, no dia em que cumpriu…41 anos.

12.4.21

ROGLIC VENCE RIVAL

Independentemente do erro táctico da Emirates, supondo que McNulty teria condições para aguentar a liderança no último dia, e obrigando Pogacar a retrair-se, não há dúvida de que Primoz Roglic foi o mais forte no País Basco.
O duelo promete continuar no Tour, aí com muito mais peso e importância. Para já Roglic parece o único em condições de bater o jovem compatriota.