Vincenzo Nibali vencer não é propriamente novidade. Já o fez no Tour, no Giro, na Vuelta, e em várias outras corridas ao longo da sua brilhante carreira. Fazê-lo numa "Clássica" onde o terreno favorece normalmente os sprinters já é de notar.
Com um ataque extraordinário, gerido com enorme maturidade, Nibali deixou toda a gente para trás na subida (e descida) do Poggio, e a vantagem alcançada chegou para cortar a meta em primeiro.
Sem dúvida uma das maiores vitórias do "Tubarão de Messina".
Ao fim de alguns anos de uma certa previsibilidade, a San Remo de 2018 trouxe-nos, por fim, o encanto de um ataque à antiga. Uma prova de 300 km, quase toda ela plana, e dadas as características tácticas do ciclismo moderno, tende a ser aborrecida e previsível. Pensei nisso ao ver esta edição. Até ao Poggio. Até Nibali resgatar a Milano-San Remo da sua monotonia habitual, e alcançar um extraordinário triunfo.
Ewan e Demare completaram o pódio, com Peter Sagan a ser a maior desilusão.
Nota ainda para a aparatosa queda de Cavendish, felizmente sem as consequências que se chegaram a temer.